Arquivo: Julho 2008

Nova audiência negada a Mumia Abu-Jamal

CSMAJ (Colectivo de Solidariedade Mumia Abu-Jamal) / MV — 28 Julho 2008

mumia.jpgO antigo membro dos Panteras Negras, vítima de um julgamento forjado em 1982 que o condenou à morte, e que permanece há 26 anos no corredor da morte de uma prisão estadunidense (ver neste site o artigo Novas provas ilibam Mumia Abu-Jamal, de 25 de Novembro de 2007), acaba de ser alvo de mais uma discriminação. Damos conta da informação que nos chega do Comité que, em Portugal, vem coordenando a solidariedade com Mumia.


Acordo PS/BE em Lisboa começa a dar resultados

Manuel Monteiro / Manuel Raposo — 27 Julho 2008

ozefazfalta.jpgA organização concelhia de Lisboa do Bloco de Esquerda criticou, em comunicado de 24 de Julho, o vereador Sá Fernandes, eleito por esta força política para a Câmara Municipal de Lisboa, por “ter perdido a oportunidade de proceder à fusão da Gebalis com a EPUL, uma das vinte medidas prioritárias do programa Lisboa é Gente” com que o BE se candidatou à autarquia. Estas críticas devem-se ao facto de Sá Fernandes, à revelia do programa do Bloco, ter alinhado com o PS na votação da alteração estatutária da EPUL, aprovada na reunião da Câmara na última quarta-feira.


Os negócios imobiliários de Rui Rio

António Cunha — 26 Julho 2008

bairrodoaleixo_72dpi.jpgNa terça-feira, 22 de Julho, cerca de 50 moradores do Bairro do Aleixo manifestaram-se em frente à Câmara Municipal do Porto (CMP), enquanto, no interior, o executivo decidia, veio-se mais tarde a saber que com os votos favoráveis da coligação PSD/CDS e também do PS, o projecto para a demolição do bairro. Os manifestantes empunhavam cartazes onde se lia “Rio exterminador social” ou “Cansados de ser discriminados” e gritavam palavras de ordem como “Rui Rio cabrão, só vês o cifrão”. No mesmo espaço, cerca de duas dezenas de agentes policiais, quase um para cada duas pessoas. Rio, o mesmo que, em campanha eleitoral para o primeiro mandato contestou a demolição, tem medo dos pobres, pelo menos quando é apanhado a mentir-lhes.


Os termos da troca

Rita Moura — 25 Julho 2008

libano_72dpi.jpgNo site do MV, em Março deste ano, publicámos o texto de um autor anónimo, “Regras dos noticiários de todo o mundo sobre o Médio Oriente”. O jornal Público decidiu mostrar que sabia a lição. A propósito da troca de prisioneiros entre Israel e o Hezbollah, lia-se nas edições de 16 e 17 de Julho que a “festa no Líbano” contrastava com o país vizinho que “chora a morte de dois soldados”. A tónica era posta sobre a libertação do mais antigo prisioneiro libanês em Israel, Samir Kantar, em troca dos corpos de dois soldados israelitas capturados no Líbano em 2006.


Escutas “democratizadas”

Carlos Completo — 24 Julho 2008

escutastelefonicas.jpgJorge Bacelar Gouveia, presidente do Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações da República Portuguesa (CFSIRP), diz que é indispensável que as polícias secretas recorram a escutas telefónicas, como uma forma de “adequar” os serviços de informações “às novas ameaças e novas realidades” resultantes do 11 de Setembro nos EUA. E afirma não acreditar que no passado, em Portugal, se tenha recorrido a esses meios (de escuta) ilegalmente. Quem ousa duvidar da palavra do senhor presidente? Os vários casos de escutas que ao longo dos anos têm vindo a público (além dos outros que não se conhecem) certamente que são produto de mentes doentias ou subversivas!


Câmara do Porto: como resistir à privatização da recolha do lixo?

José David Gregório, trabalhador da Administração Local — 23 Julho 2008

lixoporto.jpgA Câmara Municipal do Porto discute hoje uma proposta de concessões da Recolha de Resíduos Sólidos da Cidade. A proposta contempla a GSC – Compañia General de Servicios y Construcción, SA e outra a SUMA – Serviços Urbanos e Meio Ambiente, SA. A velha receita continua a funcionar: primeiro deixa-se degradar serviços, não se investe nem se planeia: depois aparecem os “salvadores” que vão ajudar a autarquia/Estado a controlar o défice e “reduzir” as despesas. O problema é que a recolha de resíduos se tornou num negócio de milhões e as empresas não trabalham para a satisfação do bem público mas para a obtenção de lucro.


Isto não é sociedade que se apresente (V)

O presidente francês aderiu à última moda, usando sapatos com tacões de sete centímetros. Cada vez com mais adeptos entre os ricos e famosos, como Silvio Berlusconi e Tom Cruise, a moda pode custar entre 2 mil e 30 mil euros. Entretanto, a polícia grega prendeu nove mulheres que participaram numa competição de sexo oral, filmada para colocar as imagens na Internet e, na cidade britânica de Derby, vai a leilão um par de cuecas da Rainha Vitória que se espera consiga ultrapassar os 630 euros. A Sony Ericsson, por sua vez, vai despedir duas mil pessoas porque os lucros, no segundo trimestre de 2008, foram só de 6 milhões de euros, menos 213 milhões do que no mesmo período do ano passado.


As maravilhas do capitalismo global

João Bernardo —

Publicámos recentemente uma notícia e uma Breve acerca da utilização do trabalho de menores por empresas subcontratantes que produzem para o grupo Zara. Tendo em vista o público leigo, os administradores das grandes firmas elaboram códigos de conduta e emitem comunicados onde dizem desconhecer o que se passa e lavam as mãos do assunto.
Na realidade eles sabem muito bem quais são as condições vigentes nas subcontratantes, porque no actual modelo económico as empresas principais exercem um controlo rigoroso e permanente tanto sobre a tecnologia usada pelas subcontratantes como sobre os sistemas de trabalho a que estas recorrem; se não fosse assim, as próprias empresas principais entrariam em colapso, já que a sua actividade depende do fluxo produtivo das subcontratantes.


O milagre do Grupo Zara

22 Julho 2008

O sucesso do Grupo Zara resulta das pequenas fábricas que executam trabalho em subempreitada, concebidas como instrumentos de alta produtividade a baixo custo, onde os operários trabalham em péssimas condições. Por cada par de sapatos, vendido na loja a 40 euros, um operário recebe 40 cêntimos. A relação da Inditex (que detém a Zara) com estes trabalhadores não existe. A Inditex dá trabalho de empreitada a centenas de pequenas fábricas sem ter com elas qualquer compromisso. O imenso polvo impõe condições a mais de 15 mil pessoas que trabalham nas duas mil sociedades independentes que funcionam na Galiza e no Norte de Portugal. (Dados de uma reportagem do Expresso, 27 Maio 2006)


Barbárie ao vivo

Os telejornais de 20 de Julho, mostraram as imagens de um soldado israelita a disparar um tiro de espingarda à queima-roupa (não mais de um ou dois metros de distância) sobre um prisioneiro palestiniano amarrado, de olhos vendados e seguro por outros soldados israelitas. Esta barbaridade recorda a que foi captada num filme semelhante, durante a primeira Intifada, em que soldados israelitas agarraram um jovem palestiniano acusado de atirar pedras e lhe partiram os braços usando grandes pedras. Mais do que qualquer acção militar, o vídeo agora revelado mostra o que é a selvajaria organizada, metódica das tropas israelitas. Para ver e divulgar: clique aqui.