Arquivo: Maio 2008

Desigualdades, pobreza e exploração

Pedro Goulart — 25 Maio 2008

Segundo um relatório da União Europeia, Portugal é o país com mais desigualdade na distribuição de rendimentos no conjunto dos 25 países da Comunidade. Em 2004, havia em Portugal 957 mil pessoas a viver com 10 euros por dia, entre as quais cerca de 230 mil com menos de 5 euros. E também há as notórias desigualdades internas entre regiões e entre homens e mulheres. Ora, por aquilo que se conhece no que respeita ao agravamento do fosso que separa ricos de pobres em Portugal, de 2004 para cá a situação ainda deve estar bem pior.


Presa por interpelar o general

24 Maio 2008

A activista estadunidense Toby Blome, do movimento Code Pink, foi presa por ter interpelado o general Petraeus durante uma audiência no Senado para o nomear como chefe do Comando Central. Toby, na assistência, desafiou o general a pôr termo imediato à guerra e à ocupação do Iraque. Por esta atitude, é julgada dia 23 no Tribunal Superior de Washington. Toby Blome já fora a julgamento, em finais de 2006, devido a um protesto em frente à residência do ex-secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, mas perante uma não-decisão do júri o governo não prosseguiu com a acusação. Os activistas antiguerra na capital dos EUA mobilizam-se para apoiarem Toby no seu novo julgamento. (Indymedia)


Mais um docente iraquiano assassinado

Segundo informação dada à CEOSI (Espanha) por fontes universitárias iraquianas, o cadáver de Taha Abdul Razak, professor de Estudos Islâmicos da Universidade de Tikrit, foi encontrado em 15 de Maio num veículo abandonado num subúrbio de Bagdade, juntamente com o do sheik Mahmud Talb Latif Al-Jumaily, membro da Comissão de Cientistas Muçulmanos. Com este novo caso, o número de professores universitários iraquianos assassinados desde o início da ocupação do Iraque eleva-se a 284. A lista completa dos docentes assassinados desde 2003, por comandos treinados e organizados pelos EUA, pode ser consultada em www.nodo50.org/iraq
(Iraq Solidaridad)


2.500 menores presos pelos Estados Unidos no Iraque

João Bernardo — 22 Maio 2008

iraquecriancapresa2.jpgEm Fevereiro (www.jornalmudardevida.net/?p=626) chamei a atenção para o caso de um detido de Guantánamo, Omar Khadr, aprisionado pelos norte-americanos no Afeganistão quando tinha 15 anos de idade. Podemos agora ver que se trata de uma prática generalizada.
Segundo um relatório enviado na semana passada pelo governo dos Estados Unidos ao Comité da ONU para os Direitos das Crianças, desde 2002 já foram presos pelas forças armadas norte-americanas no Iraque 2.500 menores de 18 anos, em alguns casos por períodos superiores a um ano.


Mais um caso de violência no palco da ‘tradicional’ Queima das Fitas

MV / M.A.T.A. (Movimento Anti "Tradição Académica") — 21 Maio 2008

No final da semana passada, os jornais relataram mais uma história chocante relacionada com a chamada Queima das Fitas, desta vez em Braga, onde uma rapariga foi violada. Sobre o caso, o Movimento Anti Tradição Académica (M.A.T.A) tomou posição num comunicado em que afirma “Uma violação é uma violação. Mas nós temos outras coisas a dizer também”. Publicamos de forma resumida as principais passagens do referido comunicado.


Brasil: gangsterismo nos sindicatos dos transportes

MV / Conlutas —

Em quase todo o Brasil os motoristas e os cobradores de autocarro trabalham, para além da tradicional jornada de 8 horas, muito tempo extra, chegando a 16 ou até em casos extremos 20 horas diárias. Várias empresas de autocarro instalam colchões onde os trabalhadores dormem. E tudo por um salário mensal equivalente, no máximo, a 330 euros. A maior parte dos sindicatos deste sector nada faz pelos trabalhadores; em vez disso associam-se aos patrões e desmobilizam as greves.


“Populismo” é que não

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, disse que não cederia a “medidas populistas” e por isso não baixaria os preços dos combustíveis. Quis ele dizer, atendendo à alta contínua dos preços que se tem verificado (já por 18 vezes desde início do ano), que nada fará para controlar o custo dos transportes, do gás, da electricidade, do pão, do leite, da carne e de tudo o que directa ou indirectamente depende dos preços do petróleo. Portanto, baixar ou sequer controlar os preços de bens essenciais para aliviar um pouco os mais pobres – isso é “populismo”. Estamos entendidos. Os 25% de crianças portuguesas que vivem na pobreza percebem perfeitamente.


Falta de margem

Na mesma altura em que o ministro das Finanças se negava a travar a alta dos preços dos combustíveis, o presidente da Galp anunciava 175 milhões de euros de lucro no primeiro trimestre do ano, mais 23% do que no mesmo período do ano anterior, e declarava não haver margem para baixar os preços.


O país está no bom caminho

Esta a ideia expressa por um Sócrates cheio de bazófia, depois de saber que o desemprego descera umas décimas no primeiro trimestre de 2008, em relação ao ano anterior. Talvez tentando disfarçar a diminuição (de 2,2 para 1,5%) do crescimento económico, que o seu governo acabara de reconhecer. O que Sócrates não disse foi que grande parte dessa descida de desemprego se deveu ao aumento do trabalho precário, o que prenuncia mais desemprego. Também não disse que, entre 2005 e 2007, o número de desempregados a receber subsídios de desemprego, segundo o INE, passou de 72 para 56% do total dos desempregados. Particularmente afectados pela falta dos subsídios estão as pessoas com menos de 30 anos e os desempregados com mais de 45 anos.


Precários Inflexíveis

20 Maio 2008

O grupo Precários Inflexíveis, plataforma de luta contra o trabalho precário, vai juntar-se no café do Cinema São Jorge, em Lisboa, às 21h30 de 4a feira, dia 21 de Maio, para pensar e planear as próximas acções de intervenção. Em convocatória pela Internet faz um convite à participação dos interessados, anunciando “rebeldia e luta contra a precariedade”. O grupo prepara novas acções e denuncia o facto de a Concertação Social ser só para alguns. Com efeito, chama a atenção para o milhão de trabalhadores precários existentes no país e para os outros à beira de o ser e que não estão verdadeiramente representados nesses fóruns. O precariado já não é o que era…