Arquivo: Janeiro 2008

Continuar a fazer pressão

31 Janeiro 2008

Movimentos de utentes de vários municípios (Anadia, Vouzela e outros), que nos últimos tempos têm perdido serviços de saúde, fizeram hoje, 30 de Janeiro, uma manifestação que reuniu várias centenas de populares frente à Assembleia da República, em protesto contra a actual política de saúde do governo. Comentando para a televisão a demissão do ministro da Saúde, uma das manifestantes disse: “Julgo que não vai haver mudança, a menos que continuemos a fazer pressão”.


Fazer contas, ou fazer de conta

M. Gouveia —

Numa jornada de oposição ao governo que o BE promoveu, Francisco Louçã denunciou que as desigualdades salariais estão a aumentar; que houve 70 milhões de euros de indemnizações para cinco administradores do BCP; que um administrador ganhava 300 mil euros por mês, o que tantos ganham em 30 anos de trabalho; que há meio milhão de desempregados, dos quais cerca de 300 mil já não recebem subsídio de desemprego; que os lucros das 10 maiores empresas subiram para 6 mil milhões de euros, etc.
E afirmou: «É preciso dizer ao primeiro-ministro que acabou o tempo da aldrabice e é tempo de prestar contas, em nome da justiça e do respeito». De que respeito é que ele está a falar? De quem por quem?


Auschwitz-Gaza

30 Janeiro 2008

Cavaco Silva participou, na Sinagoga de Lisboa, numa evocação das vítimas do holocausto promovida pela Comunidade Israelita, na data do aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz. Como chefe de um Estado laico é inaceitável que se tenha prestado a fazê-lo num templo e de acordo com os ritos de uma confissão religiosa – colaborando de facto na deturpação que procura reduzir um crime contra a humanidade a um crime contra os fiéis de uma dada religião. No plano político, é igualmente inaceitável que a condenação dos crimes de ontem dos nazis contra os judeus tenha servido, objectivamente, para silenciar os crimes praticados hoje contra os palestinianos – quando, aos olhos de todos, milhão e meio de pessoas estão cercadas no campo de concentração em que o Estado israelita, reclamado herdeiro das vítimas de Auschwitz, transformou a faixa de Gaza.


Imigração – Uma lei que proteje as máfias

António Cunha —

imigrantesbarco.jpgDo caso dos 23 cidadãos marroquinos que acabaram detidos no Centro de Instalação Temporária do Porto há várias ilações a tirar: sobre a lei de imigração, o papel do governo de Sócrates, a figura do ministro Rui Pereira, e, enfim, sobre o ambiente geral em que Portugal está mergulhado.


Nada de bom a esperar do novo Código do Trabalho que o governo prepara

Pedro Goulart — 29 Janeiro 2008

codigotrabalho_72dpi.jpgO Livro Branco das Relações Laborais é um relatório/receituário elaborado a mando do governo e que visa aplanar o caminho para a aprovação de um novo e mais gravoso Código do Trabalho. Sob a capa de “estudo objectivo”, o relatório prenuncia já o que o governo e os patrões preparam no domínio da legislação laboral.


Estranhos dias

De dia para dia a sociedade ocidental começa a tornar-se cada vez mais fundamentalista. O ataque às nossas liberdades essenciais, que tanta tinta fizeram correr para serem conquistadas, começa a cerrar-se e sem tréguas à vista.


“Opinião mediática”, as notas oficiosas do regime

Rui Pereira — 28 Janeiro 2008

As duas principais figuras públicas do PSD, Luís Filipe Menezes e Pedro Santana Lopes, acabam de apontar baterias críticas à situação dos comentadores televisivos. Queixam-se de as posições do seu partido não se encontrarem bem defendidas pelos sociais-democratas com lugar cativo nas estações de televisão, os quais muitas vezes criticarão mais o seu próprio partido do que os respectivos adversários. Entendem, por isso, a situação como um problema de falta de democraticidade.


Só não vê quem não quer

As declarações do bastonário da Ordem dos Advogados geraram polémica e mal-estar entre os partidos do poder. Muitos dos casos de corrupção de altos e médios funcionários do aparelho de Estado e de enriquecimento ilícito, de que falou Marinho Pinto, metem-se pelos olhos dentro, e só não os vê nem os investiga quem não quer ou não pode fazê-lo. Não fora esta justiça uma justiça de classe, bastaria investigar seriamente alguns senhores que se têm passeado entre ministérios, autarquias e conselhos de administração nas últimas décadas, as medidas que adoptaram em beneficio de diversas empresas e sectores económicos, assim como a forma como adquiriram as fortunas de que hoje usufruem.


Coincidências

O Grupo Carlos Saraiva, proprietário de 4 hotéis em funcionamento no Continente e na Madeira, viu embargada uma obra para mais um hotel em Belém (Lisboa) por falta de licença municipal. O grupo, que se dedica aos hotéis de luxo, tem planos para construir mais 11 mil camas até 2010. Dos administradores da empresa fazem parte Margarida Magalhães, ex-vereadora do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, e o ex-chefe de gabinete de João Soares na CML, Tomás Vasques. O mesmo hotel em Belém deu celeuma há poucos anos pelo facto de lhe ter sido autorizada pela CML a construção de um parque de estacionamento num terreno que João Soares cedera, verbalmente, à Universidade Moderna, que fica mesmo ao lado.


Juntas médicas e classes sociais

M. Gouveia — 27 Janeiro 2008

teixeirapinto_72dpi.jpgAna Maria Brandão, funcionária da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, em Ponte de Lima, portadora de cervicalgia e lombalgia degenerativas e após três anos de baixa, foi obrigada, pela Caixa Geral de Aposentações (CGA), a regressar ao trabalho em Novembro de 2007. Cumpriu o horário laboral sentada numa cadeira, encostada a uma parede e ajudada pelo pai. Quando as televisões falaram do assunto, o ministro das Finanças anunciou que ela iria entrar novamente de baixa médica até que a CGA fizesse a reapreciação do caso. Reavaliada por nova Junta Médica, a CGA indeferiu o seu pedido de reforma antecipada porque não se encontrava “absoluta e permanentemente incapaz” para o trabalho.


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