Obra de Deus

26 Dezembro 2007

Na ante-véspera de Natal, o patriarca de Lisboa abençoou 60 grávidas sublinhando a “importância da maternidade” como “obra de Deus”. A acreditar nesta versão moderna do Espírito Santo, Deus comporta-se como pai incógnito que, depois da “obra” feita, não se preocupa com a sorte dos filhos pela vida fora. Fome, subnutrição, doença, insucesso escolar, droga, delinquência, desemprego… eis o que está guardado à nascença para, pelo menos, dois milhões de portugueses que perfazem a nossa quota de pobres – sem que a água benta de Sua Eminência lhes possa valer.


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