Bush prepara nova frente de guerra no Médio Oriente

M. Raposo — 5 Outubro 2007

bushsocrates.jpgOs preparativos para uma guerra contra o Irão, ao que tudo indica, estão em marcha – em Washington, em Telavive e …em Paris. De Lisboa, Sócrates, em nome de Portugal e da União Europeia, dá empenhados sinais de apoio à política terrorista de George Bush.

Ponte aérea

Factos recentes apontam o pior. Fontes do Pentágono e dos serviços secretos ocidentais confirmam a existência de pontes aéreas entre os EUA e as bases norte-americanas de Diego Garcia (no oceano Índico), de Djubuti (na costa o Mar Vermelho), de Al Udeid (no Qatar), do Iraque e da Ásia Central. Em Washington e em Tampa (Flórida) decorrem reuniões semanais dos estados-maiores dos EUA e de Israel.

Sinais

As suspeitas ganham mais crédito se atentarmos ainda noutros acontecimentos. Como assinala o semanário francês Bakchich, o assassinato de mais um deputado libanês da facção anti-síria permitiu aos EUA e a Israel acusar de novo a Síria (aliada do Irão) de ser responsável por “desestabilizar” a região. O último raide israelita a Dair el-Zor, na Síria, não terá visado uma instalação nuclear, como foi dito, mas testar os radares e as defesas anti-aéreas sírias (o raide foi acompanhado por aviões-radar norte-americanos Awacs). Contra o que é usual, o ataque palestiniano com mísseis à base militar israelita de Trilim, que causou 70 feridos, não motivou reacção do exército israelita que “se reserva para uma operação ulterior de maior envergadura”, segundo informações dos serviços secretos militares. Por fim, as ameaças de guerra ao Irão feitas pelo ministro francês dos Negócios Estrangeiros, em coro evidente com Sarkozy, estão a ser acompanhadas da deslocação de aviões Mirage de Duchambé (no Tajiquistão) para Kandahar (no Afeganistão), que seria uma das bases do ataque aéreo ao Irão a partir de Leste.

O mesmo processo

A inexistente bomba nuclear iraniana é o pretexto para nova guerra que os EUA preparam às claras – mesmo se o presidente da Agência Internacional da Energia Atómica, que fiscaliza o programa nuclear iraniano, nega haver provas das acusações feitas pelos EUA e por Israel, agora repetidas pelo presidente francês. Não importa. Importa sim lançar a acusação e fazê-la passar por verdadeira. É o mesmo processo seguido para as “armas de destruição em massa” do Iraque: criar um motivo para a guerra, inventando o que for preciso para paralizar a opinião pública.

A ameaça

Porquê nova guerra? Primeiro, porque o Irão, mesmo sem bomba nuclear, aumenta o seu poder na região, contrabalançando o domínio de Israel. Esta tentativa de reequilíbrio de forças é sentida como uma ameaça pelos interesses ocidentais na região, policiada há 60 anos por Israel. Depois, porque o Irão possui, tal como o Iraque, reservas petrolíferas de primeira importância que não estão sob controlo ocidental. Finalmente, porque os EUA, atolados no Iraque, vêem num ataque ao Irão “a única saída honrosa” para a derrota, como argumenta a direita norte-americana, numa tentativa de voltar a dar as cartas do jogo.


Comentários dos leitores

luis eloy 17/10/2007, 21:08

<p>Mais uma vez, os maiores criminosos do pós segunda guerra se preparam para perpetrar um crime,agredindo um país pelo simples facto de este escapar ao controlo da santa aliança imperialista.Mais uma vez,de forma repugnante,as nossas cabeças bem pensantes se calam como ratos. Não por cobardia, mas sim por criminoso conluio com o poder, por vergonhosa vassalagem perante um sistema que os ceva. Mas depois, quando, como espero, os seus donos levarem no focinho como estão a levar no Iraque e no Afeganistão,não venham mais uma vez mascarar a sua filha-de-putice com argumentos pseudo moralistas. Seria bom que o nosso povo os marcasse bem,para os culpar pelo colaboracionismo criminoso. Seria bom que os lacaios da nossa imprensa fossem citados como exemplos de sabujice, chamados pelos seus nomes. Além de imoral, abjecta e, a todos os títulos, condenável, a acção destes vergonhosos pseudo representantes da intelectualidade nacional faz de nós todos alvo preferencial para uma retaliação sangrenta,movida por um qualquer movimento extremista. Se um eventual 11 de Setembro nos livrasse /rebentasse com essa escumalha, seria excelente.Mas, infelizmente, a história tem mostrado que são sempre os indefesos e inocentes que pagam a factura dos desvarios dos governantes e quejandos.Basta olhar para o que se passou em Espanha.<br />

Não direi mais por agora.<br />

Saudações</p>



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