Sacco e Vanzetti assassinados há 80 anos

6 Setembro 2007

Sacco e Vanzetti, pintura de Ben ShahnHá 80 anos, o estado de Massachussets e o governo dos Estados Unidos da América executaram na cadeira eléctrica , sob falsas acusações, dois imigrantes italianos anarquistas e activistas operários radicais: Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti. Tinham 36 e 39 anos.
Foi o ministro da justiça o inspirador da política de terror que nas décadas de 1910 e de 1920 pretendia limpar as ruas dos imigrantes radicais, anarquistas e comunistas, os quais se opunham ao governo e eram activos nos combates sindicais e nas greves daquela época.
Presos em 1920 e acusados de terem assassinado, na pequena cidade de Braintree, o pagador de uma fábrica de calçado e o seu guarda costas, e de terem roubado o dinheiro dos pagamentos, Sacco e Vanzetti só seriam executados 7 anos depois.
O julgamento é uma montagem. E a condenação levanta um grande movimento de solidariedade praticamente por todo o mundo, particularmente forte na Europa onde as organizações políticas e sindicais promovem protestos de massas. O facto de serem anarquistas não impede que toda a classe operária os tome como exemplo, enquanto vítimas do capitalismo que eles combatem. Sacco e Vanzetti tornam-se, assim, símbolos da luta de classes para o mundo inteiro. A onda de protestos dá lugar a tumultos, comícios, greves, cercos às embaixadas e consulados americanos na maior parte das grandes cidades europeias, como Paris, Roma, Madrid, Bruxelas, Genebra, Zurique, Copenhaga.
Apesar disso, Sacco e Vanzetti foram assassinados – por serem uns “bastardos anarquistas”. Só 50 anos depois, em 1977, o governador do Massachussets lhes concedeu o perdão.


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