Pereira da Costa deve 3 milhões de euros em salários atrasados

Manuel Monteiro — 9 Agosto 2007

pereiradacosta.jpgPolícia carregou sobre os trabalhadores que cercam a empresa para impedir que o patrão retire maquinaria, única garantia de pagamento dos salários.

A Pereira da Costa era uma grande empresa de construção civil, sedeada na Amadora.Chegou a empregar mais de dois mil trabalhadores. Por rapina e incompetência dos antigos donos entrou em crise e num processo de falência.
Ultimamente, só 140 trabalhadores estavam no activo. Como tem instalações e maquinaria valiosas, despertou o interesse de muitas aves de rapina.Uma destas, o eng. Luís Moreira, conseguiu apoderar-se da Pereira da Costa. Para a salvar? Não. Criou uma empresa paralela, a Pereiradacosta Lda, em que são sócios gerentes ele próprio, o filho e um sobrinho, com o objectivo de transferir para lá os bens da PC, instalações e maquinaria.
Em 12 de Novembro, pressionado pelos trabalhadores, que questionavam as manobras dele e reclamavam os seus direitos, o novo patrão abandona a empresa levando alguns trabalhadores para Lisboa (os administrativos) e para Ramada (alguns operários). Mas antes de sair despede 93 trabalhadores. São estes que decidem cercar, noite e dia, as instalações da empresa para evitar que o patrão retire a valiosa maquinaria, única garantia de receberem os salários em atraso, cerca de três milhões de euros.
No dia 12 de Março deste ano, um oficial de justiça do Tribunal Judicial da Amadora, acompanhado de forte aparato policial, dirigiu-se à empresa para transferir as máquinas, como queria o eng. Luís Moreira. Os trabalhadores opuseram-se e a polícia carregou sobre eles, prendendo um delegado sindical.
Entretanto, o Tribunal de Trabalho de Lisboa, contrariando o Tribunal Judicial da Amadora, procedeu no dia 13 de Março à “penhora de bens da empresa como garantia dos créditos devidos aos trabalhadores”. Estes continuam a cercar as instalações.


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